Sylvia Plath - in memoriam
Sylvia Plath - In Memoriam
(SYLVIA PLATH 27 de Outubro de 1932 - 11 de Fevereiro de 1963)
Quem sou eu?
Barulho.
Pessoas. Gente.
Barulho a que não pertenço.
Eu - silêncio, Eu - murmúrio, Eu - uivo.
Mas as pessoas, as pessoas são barulho.
O mundo um mar de gente que me engole, que me rasga, que me cala.
E eu silencio.
As cores que visto por fora não são mais do que isso.
Por dentro as aguarelas diluem-se numa total escuridão. Nesta prisão onde estou.
Nua, nesta torre de pedra fria, sentada,
encolhida contra a angústia, a solidão.
Tapo os olhos - parem de me atormentar! - é o que peço...
Fecho-os para não ver, porque tenho medo de já não me encontrar.
A torre de pedra, como ossos,
um caixão escuro que carrego no meu corpo sem mãos.
Despeço-me, abrindo os olhos para além do infinito;
se ao menos encontrasse a concha do meu brinco de pérola...
A concha morreu. O brinco é de cal.
(escrito a 25/10/2006)
Isabel Reis Santos
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